História do Município
Por meio de estudos de documentos municipais sabe-se que o nome do Município de Jacuí, tem origem indígena do tupi-guarani - "iacu-i", que significa "rio dos jacus" - tipo de ave muito encontrada na região naquela época; ou ainda, "i-acui", que significa "rio enxuto, temporário".
Jacuí foi fundada em 1750, conforme é afirmado na Revista do Arquivo Público Mineiro, de 1899 e também a Revista Arquivo Público Mineiro de 1928, em que diz que Jacuí foi fundada pelo Guarda-Mor das Minas do Rio Verde, Francisco Martins Lustosa em 1750.
O Fundador de Jacuí, Francisco Martins Lustosa era natural de Santiago de Lustosa, Bispado de Braga em Portugal, tendo nascido no ano de 1700, filho de Antônio Martino e Ângela Gomes. Casou-se em Mogi das Cruzes - SP e mais tarde, residiu em Campanha - MG, onde foi comerciante e cortador de gado. Em 1750, Francisco Martins Lustosa passou a residir em Ouro Fino - MG e logo a seguir, se mudou para a região de Jacuí, onde fundou o Arraial.
Em 1764, Jacuí foi visitada por Luiz Diogo Lobo da Silva, governador de Minas Gerais o qual levantou uma Intendência de Missária, para administrar o lugar. Jacuí pertenceu muito tempo a Capitania e ao Bispado de São Paulo.
A principal causa do povoamento dos sertões sul mineiros foi o ouro. Bandeirantes e faiscadores foram atraídos em elevados números para todas as direções dos novos descobertos (as minas de ouro), palcos de muitas atividades por quase um século.
Em Jacuí para a defesa do tesouro do Rei, foram constituídos os Registros Fiscais e as Passagens dos Rios. Tiveram como objetivo a fiscalização e o pedágio, deste modo, conservando o esplendor da corte e a melhora das finanças reais.
Dentre antigos registros, destaca-se Jacuí munida de cabos, soldados, fiéis e trabalhadores, tidos como possuidores de poder de permutar, ouro em pó e em barra e moedas cunhadas de ouro por moedas provinciais de prata, quando transportados por mineradores.
Um passo muito importante para a formação administrativa da freguesia de São Pedro de Alcântara do Jacuhy (antigo nome da atual Jacuí) foi quando o imperador alegando a necessidade do incremento da administração da justiça a um número crescente de cidadão residente na região, o aprimoramento da aplicação da justiça em prol dos negócios reais, elevou em 19 de Julho de 1814, a freguesia de São Pedro de Alcântara do Jacuhy, naquela época, termo da Vila de Campanha da Princesa, a condição e status de denominação de São Carlos do Jacuí, com o território desmembrado da Vila de Campanha da Princesa (SILVA, 2004, p.80).
Sua instalação ocorreu em Primeiro de novembro de 1815, pelo Dr. Manuel Ignácio de Melo e Souza, primeiro Barão de Pontal e Ouvidor Geral da Comarca do Rio das Mortes.
Ainda segundo SILVA (2004, p.81), a elevação de Arraial a categoria de Vila, significava a execução de um esboço administrativo e judiciário que permitia a afirmação enquanto unidade política, administrativa e judiciária independente. A partir da elevação de Jacuí a categoria de Vila ocorreu algumas melhorias como a denominação, que passou de São Pedro de Alcântara de Jacuhy a Vila São Carlos de Jacuhy, e a extensão territorial ficaram acrescentadas à freguesia de Cabo Verde a ser subordinado ao território da Vila São Carlos de Jacuhy, sendo composta pelas seguintes freguesias e tendo como sede Vila São Carlos de Jacuhy, Caldas, Passos e Vila Formosa de Alfenas.
Cumprindo o alvará régio de 19 de julho de 1814, que determinava a criação da Vila de São Carlos de Jacuhy, comunicado em despacho do Rio de Janeiro de 11 de agosto de 1814, recebido em São João Del Rey em 7 de outubro de 1814, o ouvidor da Comarca de São João Del Rey dirigiu-se pessoalmente ao arraial de São Pedro de Alcântara de Jacuhy para ali proceder a instalação formal da Vila de São Carlos de Jacuhy e conseguente provimento dos cargos e funções administrativas, judiciais e fiscais a serem ali estabelecidas. Assim, a 1º de novembro de 1815, instalava-se solenemente a Vila de São Carlos de Jacuhy. E foi no dia 2 de novembro 1815, que se cumpriu e preencheu os respectivos cargos a última parcela da determinação régia de 19 de julho de 1814, por meio de uma eleição dos representantes legais compondo os órgãos administrativos e judiciários pertencentes ao funcionamento da vila (SILVA, 2004, p.82). A partir desse momento, iniciou-se uma nova fase administrativa, judiciária e cultural na história de Jacuí.
Foi em 15 de outubro de 1869, pela Lei Provincial número 1611, que Jacuhy foi elevado à categoria de cidade, mas, com os desmembramentos sucessivos de seu território, perdeu grande parte de sua renda entrando em decadência, e pela lei 1641 de 13 de setembro de 1870, ficou reduzida a simples freguesia de São Sebastião do Paraíso. Graças ao esforço do Major José Antônio Rodrigues Mendes que, após enorme sacrifício, conseguiu reanimar do povo do município, fazendo renascer a esperanças de prosperidade nos cidadãos da época.
A Lei provincial número 1611 de 15 de outubro 1869, concedeu foros de cidade à sede do município de Jacuí que pela Lei provincial número 1641 de 13 de setembro de 1870, foi extinto. E foi após 11 anos de empenho dos líderes locais e da população, que Jacuhy por meio da Lei Provincial número 2784 de 22 de setembro de 1881, o território de Jacuhy foi desligado do município de São Sebastião do Paraíso e voltou a categoria de município. Recolocado como Vila e sede do município e a sua reinstalação se deu em 06 de janeiro de 1883. Já em 22 de novembro de 1890 que Jacuhy foi então elevada à categoria de Vila constituída em município.
Em virtude da Lei estadual número 23 de 24 de maio de 1892 concedera-se foros das cidades à sede do município de Jacuí, que na divisão Administrativa em 1911, e nos quadros de apuração do Recenseamento Geral de Primeiro de setembro de 1920, se compõe de dois distritos: Jacuí e Santa Cruz das Areias.
De acordo com a divisão do Estado fixada pela Lei estadual número 843 de 7 de setembro de 1923 e o quadro da divisão administrativa relativa ao ano de 1933, o município de Jacuí continua integrado pelo distrito sede e pelo distrito de Santa Cruz das Areias, assim permanecendo nos quadros de divisão territorial datadas de 31 de dezembro de 1937, bem como no anexo ao Decreto – Lei estadual número 88, de 30 de março de 1.938.
Também no decreto estadual número 1058 de 31 de dezembro de 1943, transferiu para a sede do município de São Pedro da União parte do território do distrito de Jacuí. Foi então em dezembro de 1962 que Jacuí perdeu mais uma parcela de seu território o que hoje é a composição da atual cidade de Fortaleza de Minas (antiga Santa Cruz das Areias), mas essa emancipação foi apenas política, pois continua termo da comarca de Jacuí.
REGIÃO - LOCALIZAÇÃO - HABITANTES - ECONOMIA
O município de Jacuí encontra-se no centro de uma microrregião, que compreende o Sudoeste de Minas Gerais e o nordeste do Estado de São Paulo, com cerca de oito mil habitantes e economia baseada na agricultura, sendo predominante a cafeicultura e a pecuária, a economia local é baseada em produtos agrícolas e pode ainda contar com seis empresas de confecções de Jeans (Magiros Confecções, Jacuí Minas Manufatura, ANDAT, STYLLU’S Confecções e Costura da Valda), que emprega em torno de 500 pessoas, gerando assim um grande número de empregos e contribuindo para a economia local.
A cidade fica a cerca de 400 km de sua capital, Belo Horizonte. Está localizada no Sudoeste de Minas Gerais, em meio às montanhas do circuito cafeeiro pertencentes a AMOG.
A região possui uma tradição folclórica, como as folias de reis, congadas, catiras e festas religiosas em homenagem aos mártires São Sebastião e São Vicente de Paulo. Atividades e celebrações festivas da Igreja, essas festas retratam a tradições e a realidade cultural da cidade. A festa em comemoração ao aniversário da cidade é no dia 19 de julho. Quem nasce em Jacuí recebe o gentílico (designa a nação a que pertence) de "jacuiense" e por fim pertence à Unidade Federativa de Minas Gerais.
Ao longo de cerca de 150 anos, Jacuí sofreu grandes mudanças entre elas podendo ser citadas: ampliações e reduções territoriais, administrativas, judiciárias, políticas, mas nunca fugiu da formação histórica e patrimonial.
Densidade: 19, 4 hab – km.
Área: 409, 738 km quadrados.
População: 7.426 habitantes.
Bioma: Cerrado e Mata Atlântica.
IDH: 0,75 - PIB: R$ 47.636,00 - PIB per capita: R$ 6.051,00.